segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Esta noite tive um sonho estranho.
Sonhei que numa casa, ao nordeste do Brasil, litoral, havia um pasto com vacas.
Aconteceu um dia de uma das vacas começar a crescer desproporcionalmente às outras e à tudo ao redor. E por ser muito grande e forte não havia quem a domasse.
Ia caminhando ao seu passo irracional de vaca, com suas enormes tetas a derrubarem o que tocavam e suas largas patas a afundarem o chão.

Eis que ao fim de um dia, ainda mais crescida, como ao fim de todos os dias, tentou adentrar sua casa, que de súbito rompeu-se a não sustentar os passos da grande vaca, nem muito menos seu violento movimento de expansão para todos os lados.

Após tal acontecido, foi chamado o pescador mais nobre da redondeza, que muito habilidoso com cordas e marés teria ou força para a conter, ou bravura para morrer tentando.

Joga a corda o pescador ao redor do pescoço da vaca que se debate. É arremessado para todos os lados, voando preso por seu nó. Após algum tempo resistindo, a vaca quase que por entender, mais do que por cansar, para. Dobra suas pernas e deita. Para também o pescador que dorme espalhado em seu pescoço, agora cúmplice.

E encerra-se assim o sonho. Acordei com frio no meio da noite.
Me pareceu infantil e absurdo e logo voltei a dormir.


Lisboa, 11 de outubro de 2010.